Sem o filme "Mississipi em Chamas" ("Mississippi Burning"), do diretor britânico Alan Parker, poucos se recordariam hoje da morte de três ativistas dos direitos civis no sul segregacionista dos Estados Unidos, em junho de 1964. Nesta terça-feira, 41 anos depois dos fatos, um ex-integrante da Ku Klux Klan (KKK) do Mississippi, Edgar Ray Killen, de 80 anos, foi declarado culpado pelo assassinato destes três jovens por um tribunal da Filadélfia (Mississipi, sul dos EUA).Convencido de que o cinema tem verdadeiramente um papel político a desempenhar, Parker filmou "Mississippi em Chamas" em 1988. O filme conta a história trágica de três ativistas dos direitos civis assassinados durante o "Verão da Liberdade" de 1964, quando centenas de jovens militantes chegavam ao sul segregacionista para ajudar os negros a se registrarem nas listas eleitorais.O filme mostra, particularmente, a investigação de dois agentes do FBI (polícia federal americana), que utilizaram métodos diferentes para desmascarar os autores desse crime racista. Oriundo do sul, Rupert Anderson, interpretado de forma marcante por Gene Hackman, mostrava suavidade, enquanto Alan Ward (William Dafoe), vindo do norte, dava socos na mesa. A astúcia de Anderson e a perseverança de Ward puseram um fim à lei do silêncio e ao medo que imperava no sul.Rodado em apenas dois meses e meio no Alabama (sul), o filme recebeu sete indicações ao Oscar, entre elas a de melhor diretor, e conquistou o de melhor fotografia.Parker recebeu também o prêmio D.W. Griffith do National Board of Review pela direção. "Mississippi em Chamas" recebeu outros três prêmios da Academia Britânica (com um total de cinco indicações) e o Urso de Prata do Festival de Berlim.
Disponível pelo Território Preto no valor de R$ 5.
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